FRANCISCO PETRÔNIO
(Cantor)
?-2007
Filho de José Petrone e Filomena César Petrone, é casado com Rosa Petrone, tem três filhos, seis netos. Ao contrário do que se possa
imaginar, vive um momento de intensa atividade artística e familiar, sendo requisitado para apresentações em vários clubes de todo o Brasil.
“Sempre pude contar com muitos amigos, nestes mais de 40 anos de carreira de cantor. Um deles foi o saudoso Airton Rodrigues, que um dia me chamaou de “A voz de veludo do Brasil”; outro também saudoso Edson Curi (Bolinha), por tantas oportunidades apresentava-me em seus programas e a gravadora Continental, na TV ou na Rádio”.
Continua fazendo o que sempre soube e quis e ama fazer, ou seja, cantar. “Até quando não sei, somente Deus sabe, por enquanto não penso em parar. Nunca tive vício algum, sempre cuidei da minha voz, que graças a Deus ainda não senti o peso dos anos, pois continuo cantando nos mesmos tons originais do início de minha carreira”.
Incrível! Já passaram quase mais de 40 anos, desde que começou a cantar profissionalmente pela primeira vez. “Tudo aconteceu numa tarde de fevereiro do ano 1961, aos 37 anos de idade. Estava no meu táxi, um Chevrolet 1946, no ponto onde trabalhava, à Rua Libero Badaró, quando subiu no meu automóvel o então amigo Nerino Silva. Ficamos conversando, eu lhe disse que gostava de cantar, e quando chegamos ao seu destino era TV TUPI, onde ele era contratado, combinamos que eu faria um teste na quarta-feira seguinte. Tudo bem, lá fui eu com o coração disparado e as pernas bambas, mas era tudo que eu queria e sonhava.
Fiz o teste com outros cantores e fui naquele mesmo dia, contratado para um período de dois anos, onde faria parte do elenco da TV TUPI e também participações na Rádio TUPI. O mesmo Nerino Silva me levou para a gravadora Chantecler, fui contratado para gravar meu primeiro disco 78 rpm, isso, depois de ter mostrado ao Diogo Mulero (Palmeira), então diretor artístico da gravadora, uma fita magnética em que cantava algumas músicas. Foram escolhidas duas músicas: “Agora”, um bolero, e “Não me Falem Dela”, um tango. O maestro Elcio Álvares fez os arranjos. E lá estava eu com o meu primeiro disco nas mãos, e com meu nome de batismo Francisco.”
Em 1961 gravou seu primeiro LONG PLAY, em homenagem a sua profissão (motorista de táxi). O nome do LP era “Cantando no Ponto” e na hora de colocar o nome no LP, o Palmeira perguntou se não queria mudar o nome de Francisco Petrone para Francisco Petrônio, poi o primeiro estava um pouco italianado.
Em 1963, gravou a música “Romance” que lhe deu o primeiro troféu, o “Chico Viola do Ano”, troféu este instituído pela TV Record. Ainda nesse ano, lançou “Amor mais Puro”, uma canção de autoria do Palmeira, com declamação de Enzo de Almeida Passos, dedicado ao Dia das Mães, e a qual até hoje está em catálago. Também gravou do Palmeira e Mário Zam a música “Nova Flor”, que mais tarde iria se chamar “Los Hombres no Deven Llorar”, sucesso de novela pela TV Globo, numa versão para o espanhol, com um conjunto mexicano, e regravada por Roberto Carlos.
Em 1964, fez um show para Enzo de Almeida Passos, na cidade de Bragança Paulista, que tinha na ocasião, um programa dos mais ouvidos pela Rádio Bandeirantes com o nome de “Telefone Pedindo Bis”. Na volta do show com seu amigo, violonista Zairo Marinoso, sem querer começou a cantarolar instintivamente o tema da música que viria a chamar-se “O Baile da Saudade”, cuja letra e as rimas iam se encaixando rapidamente, e com a participação do Zairo montou uma grande parte da música no caminho de volta, mas ouve aí um grande detalhe: quando chegou em casa às três horas da madrugada, antes de dormir gravou música e letra, deixando-a registrada no gravador. Quando acordou às nove da manhã, não se lembrava de mais nada, apenas recordou-se da gravação e imediatamente, telefonou para a Continental, onde Palmeira tinha assumido a direção artística, e pediu a ele que terminasse a letra da música. Rapidamente gravado, foi um sucesso total, pois a música “O Baile da Saudade” virou empresa, e até hoje realiza, bailes da saudade por todo o Brasil.
De um simples desejo de gravar aquele primeiro disco em 1961, conseguiu tudo ou quase tudo que um cantor popular gostaria de gravar, em quase todos os ritmos, em português, espanhol e italiano ( suas origens). Destas gravações poderia destacar os 7 LPs que gravou com o Dilermano Reis, com o título “ Uma Voz e um Violão em Serenata”, 2 LPs em italiano, onde além das canções tradicionais em dialeto napolitano, tem dois trechos da ópera, “Uma Furtiva Lacrime” e “E Lucevan L’ Stele” da Tosca. A série o “Baile da Saudade” foi volume 4, revivendo as mais lindas valsas brasileiras, os tangos, os boleros, as guarânias, os maxixes, os sambas, mas o seu destaque, a sua alma, a sua melhor interpretação foi, sem dúvida, à modinha de Carlos Gomes “Quem Sabe” com Dilermano Reis ao violão. O Palmeira, ao ouvi-lá ainda em fita, antes do disco disse a Francisco Petrônio: “Você estava em estado de graça.”
Desses anos todos de carreira, foi durante dois anos contratado pela RCA VICTOR, onde gravou três LPs. Em seguida voltou para a Continental, porque lá havia deixado além de um patrimônio valioso em repertório de músicas gravadas, também seu amor pela gravadora e muitos amigos.
O tradicional “Baile da Saudade”, é uma criação sua deste 16 de junho de 1966, quando o apresentou pela primeira vez num programa pelo canal 5, então TV Paulista, “Cantando com Francisco Petrônio”.
No ano de 1999, lançou 2 CDs pela R.G.E. Discos, meu 43º e 44º CDs com o título de “Tributo o Chico Alves” e “Dançando com Francisco Petrônio”. Até 2.000 já lançou 45 discos “Nostalgia Dela Terra Nostra.”
A falta de cantores românticos, especialmente da chamada “Velha Guarda” no Brasil o obriga a permanecer no cenário artístico nacional, pois se considero um dos últimos cantores de músicas românticas brasileiras e o único que resgata as músicas inesquecíveis e imortais, num tributo aos verdadeiros cantores da Música Popular Brasileira dos quais é fiel seguidor, procurando deixar às futuras gerações um legado dos mais românticos e tradicionais, pois: “Enquanto Houver Saudade Haverá os Eternos Saudosistas”.
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