Castelo Carlos Guagliardi, o Carlos Galhardo
(Íntérprete brasileiro)
1913 - 1985
Intérprete brasileiro nascido em Buenos Aires, Argentina, um dos cantores que mais vendeu discos em sua época, gravou cerca de 570 músicas, e chegou a ser conhecido como O Rei da valsa no disco e O cantor que dispensa adjetivos no rádio. Filho de italianos, Pedro Guagliardi e Savéria Novelli, teve três irmãos, dois nascidos na Itália, uma nascida no Rio de Janeiro. Dois meses depois de seu nascimento, a família mudou-se para São Paulo e e logo após, com um ano de idade, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Ingressou em uma escola pública (1921) onde cursou o primário e aos 8 anos, ficou órfão da mãe e seu pai deixou-o com um parente no bairro do Estácio, para aprender o ofício de alfaiate. Apesar de não gostar do ofício, aos 15 anos já era um profissional e abandonou os estudos para se dedicar à profissão. Aos 16 anos de idade, empregou-se em uma charutaria, voltando pouco depois a seu ofício de alfaiate, passou por várias alfaiatarias do Rio e, numa delas, trabalhou com Salvador Grimaldi, alfaiate e barítono com quem costumava ensaiar duetos de ópera. O início de sua carreira profissional, entretanto, só se deu quando, em casa de um irmão (1933), conheceu Francisco Alves, Mário Reis e Lamartine Babo e Jonjoca. Na ocasião cantou a música Deusa, do repertório de Francisco Alves, e este gostou e aconselhou-o a tentar o rádio. Apresentado ao compositor Bororó, através deste conseguiu uma oportunidade na Rádio Educadora, hoje Tamoio, e já no dia seguinte foi procurado por um representante da RCA Victor para um teste. Aprovado foi contratado pela gravadora Victor, inicialmente fazendo parte do coro que acompanhava as gravações. Gravou, então o seu primeiro disco (1933) com Você não gosta de mim de um lado e Que é que há ? do outro. No carnaval do ano seguinte o cantor obteve enorme sucesso com Carolina. Conheceu o compositor Assis Valente, de quem gravou muitas músicas de sua autoria. Trabalhou ganhando cachê (1934-1935) em várias emissoras de rádio como Mayrink, Rádio Club, Rádio Philips e Radio Sociedade, e assinou seu primeiro contrato com a Rádio Cruzeiro do Sul. Estreou como cantor romântico com a valsa-canção Cortina de Veludo (1935), de Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago e obteve grande sucesso.Transferiu-se para a Rádio Mayrink Veiga (1937) onde permaneceu por um período de 11 anos. Quando Francisco Alves deixou a Victor (1937), voltou e conseguiu ali registrar os seus maiores sucessos não deixando mais a gravadora até o final de sua carreira. Participou do filme musical Banana da terra (1938) dirigido por J. Rui. Participou do filme Vamos cantar (1940), de Leo Martin e no ano seguinte do Entra na farra, de Luís de Barros. Transferiu-se para a Rádio Nacional (1948) onde permaneceu por quatro anos. Passou a trabalhar na Rádio Mayrink Veiga e na Rádio Mundial (1952). Nessa época foi a Portugal, apresentando-se neste país pelo período de um ano e foi eleito Rei do disco pela Revista do Disco (1953). Participou do filme Carnaval em lá maior (1955), de Ademar Gonzaga, e em Metido a bacana (1957), de J. B. Tanko. Fez a sua última apresentação no espetáculo Allah-lá-ô, de Ricardo Cravo Albin, dedicado ao compositor Nássara, realizado na Sala Funarte - Sidney Miller, e morreu no Rio de Janeiro, onde foi sepultado no cemitério de São João Batista, na mesma cidade. Figurou ao lado de Francisco Alves, Orlando Silva e Sílvio Caldas, o quadro dos quatro grandes cantores da era do rádio. Além das músicas carnavalescas, destacou-se também cantando temas de datas festivas, a exemplo de temas natalinos, melodias dedicadas ao dia das mães, dia dos pais e dia das crianças, festas juninas, valsas para noivos, namorados etc. Seus fãs são fiéis e até hoje cultuam com carinho sua memória. Conhecido como um gentleman, tratava a todos com delicadeza e carinho sendo por isso muito querido pelos colegas. Outros grandes sucessos seus foram Boas Festas (1933), Cortina de veludo (1935), A você (1936), Italiana (1936), Mais uma valsa... mais uma saudade (1937), Lenda árabe (1937), E o destino desfolhou (1937), Madame Pompadour (1937), Linda borboleta (1938), Sei que é covardia, mas... (1938), Salão Grenat (1939), Devolve (1940), Velho realejo (1940), Bodas de prata (1945), Será (1945), Cadê Zazá? (1947), Fascinação (1950), Maringá (1957) e Rapaziada do Brás (1960).
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