Mário Pinheiro
( Cantor e violonista brasileiro )
1880 - 1923
Cantor e violonista brasileiro nascido na cidade de Campos, RJ, um dos pioneiros da gravação em discos no Brasil. Filho de uma enfermeira cearense, estreou sua vida artística como palhaço de circo de terceira categoria, logo passando a cantar no Passeio Público, geralmente acompanhando-se ao violão. Barítono, tornou-se no melhor cantor brasileiro do início do século. Junto com Bahiano, Cadete, Nozinho e Eduardo das Neves, formou o quadro de cantores, contratados por Fred Figner da gravadora Casa Edison, no Rio de Janeiro, que realizou as primeiras gravações no Brasil (1902). Gravou modinhas, lundus, cançonetas e, nos selos de seus discos, era creditado simplesmente o nome Mário. Por ter uma e voz e dicção privilegiada, tornou-se o principal anunciador dos discos Edison. Participou (1909) da programação de inauguração do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde representa o personagem Tapir, na ópera Moema, de autoria de Delgado de Carvalho. Viajou aos EUA (1910) e gravou aproximadamente 100 discos, inicialmente na Colúmbia e posteriormente na RCA Victor. Depois (1912) seguiu para a Itália onde, estudando canto, chega a apresentar-se no Teatro Scala, de Milão. Na Itália casou-se com a harpista Aída, que lhe deu dois filhos. Voltou para o Brasil (1917) como baixo-cantante de uma companhia lírica e começou a gravar na Odeon. Com a soprano Zola Amaro, interpretou a ópera Condor, de Carlos Gomes, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (1920). A partir de então, com o aparecimento de novos cantores, sua carreira e saúde declinam, chegando a ser internado na Casa de Saúde Afonso Dias. Seus dias difíceis culminaram na separação da mulher e faleceu na mais plena miséria, aos 43 anos, no Rio de Janeiro. Entre seus sucessos mais populares como intérprete relacionam-se Corta-jaca (1902), O vendeiro e a mulata (1904), A casa branca da serra (1904), Perdão, Emília (1905), O gondoleiro do amor (1906), Talento e formosura (1907), Cora (1908), O matuto (1918) e Os boêmios (1919).
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