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Pereira da Silva

(Jornalista e poeta, )
1876-1944


Pereira da Silva (Antônio Joaquim P. da S.), jornalista e poeta, nasceu em Araruna, Serra da Borborema, PB, em 9 de novembro de 1876, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 11 de janeiro de 1944. Eleito em 23 de novembro de 1933 para a Cadeira n. 18, na sucessão de Luís Carlos, foi recebido em 26 de junho de 1934, pelo acadêmico Adelmar Tavares.

Era filho de Manuel Joaquim Pereira da Silva e de D. Maria Erciliana da Silva. Aos 14 anos foi matriculado no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e começou a trabalhar na Estrada de Ferro Central do Brasil. Fez os preparatórios na Escola Militar. Começou a interessar-se pelos estudos literários, estudou gramática e leu Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias, Fagundes Varela e Castro Alves. Em 1895, matriculou-se na Escola Militar, onde fez os preparatórios. Em 1897, foi preso em função de movimento revolucionário entre os alunos. Foi implicado e, preso incomunicável, levado para o 13o Batalhão de Cavalaria, no Paraná. Em Curitiba, conheceu escritores e poetas, entre os quais Dario Veloso, que muito o influenciou. Depois da prisão, em 1900, desligou-se do Exército. Voltando ao Rio de Janeiro, passou a trabalhar como funcionário postal e cursou a Faculdade de Direito.

Começou sua carreira como crítico literário nos jornais A Cidade do Rio (de José do Patrocínio, onde usou o pseudônimo J. d’Além), Gazeta de Notícias, Época e Jornal do Commercio. Participou do grupo simbolista que publicou a revista Rosa-Cruz, que tinha à frente Félix Pacheco, Saturnino de Meireles, Paulo Araújo e Castro Menezes. Tornou-se um destacado poeta do movimento, de 1903 a 1905.

Casou-se, no Rio, com a filha de Rocha Pombo. Foi nomeado, logo depois de bacharelar-se, juiz de direito no Paraná. Em Curitiba, escreveu Solitudes, seu segundo livro, que mereceu aceitação pública. Lá poderia ter tido um belo futuro, mas decidiu pedir demissão do emprego e voltar para o Rio, em 1918, em companhia da mulher, que não se adaptara ao clima de Curitiba. Conseguiu emprego de escrevente na Central do Brasil e voltou a colaborar na Rosa-Cruz. À noite, trabalhava na Gazeta de Notícias como revisor. Em 1922, a convite do editor Leite Ribeiro, organizou e passou a dirigir a revista Mundo Literário, com Agripino Grieco e Théo Filho.

Abandonado pela mulher, e com um filho aos seus cuidados, eis o quadro da sua vida que irá se refletir na sua poesia. Fernando Góes a define como "a obra de um elegíaco, de um pessimista, um desencantado, cujas temas são a solidão, a dor, a morte, a tristeza". Já Andrade Murici destaca aspectos da sua obra em que "a poesia está profundamente embebida do espírito do simbolismo: a linguagem alusiva e secreta, o envolvimento em atmosfera de transcendência. (...) A fluidez da expressão simbolista não o conduziu, entretanto, nem à diluição, nem ao informe. Pelo contrário, evitou a descaída para a vulgaridade".

Obras: (todas de poesia): Voe solis (1903); Solitudes (1918) - Em apêndice, o estudo "Solitudes", de Luís Murat; Beatitudes (1919); Holocausto (1921) - Em apêndice, estudo de Agripino Grieco a propósito do livro Beatitudes; O pó das sandálias (1923); Senhora da melancolia (1928); Alta noite (1940); Poemas amazônicos (1958).

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