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Clara Eissner, a Clara Zetkin

(Ativista socialista )
1857 - 1933


Ativista socialista e feminista nascida na cidade de Wiederau, na província da Saxônia, que propôs (1910) que o dia 8 de março fosse declarado como Dia Internacional da Mulher em homenagem as 129 tecelãs. Nascida no início da crise do regime contra-revolucionário que se seguiu à Revolução Alemã (1848), no seio de uma família de classe média, tornou-se uma revolucionária profissional desde a mais tenra juventude, e assim permaneceu até o final dos seus dias. Ainda estudante na Faculdade de Magistério para Mulheres da cidade de Leipzig, manteve seus primeiros contatos com o Partido Social-democrata Alemão de Wilhelm Liebknecht e August Bebel, mas sua adesão 'a causa operária e para o marxismo deu-se através da influência de seu primeiro marido, um russo, Ossip Zetkin, a quem conheceu através das suas relações com revolucionários russos. Por causa de suas atividades socialistas na Alemanha unificada sob o governo de Bismarck, foi forçada ao exílio por aproximadamente 10 anos fora do país, vivendo na Suíça e em Paris, na França, onde entrou em contato com as principais lideranças do socialismo internacional. Durante este período colaborou ativamente com o órgão do partido, Sozialdemokrat. Participou do Congresso de Fundação da II Internacional em Paris (1889) onde apresentou um relatório sobre o trabalho socialista entre as mulheres e foi eleita secretária do setor feminino da organização operária internacionalista. Após o Congresso, voltou à Alemanha e fundou (1892) o jornal Gleichheit, órgão defensor da mulher operária, onde ficou como sua editora-chefe. Tomou a iniciativa de realizar o I Congresso de Mulheres Socialistas (1907) que impulsionou a participação política das mulheres de diversos países na luta revolucionária e definiu um programa de luta pelas reivindicações da mulher operária. Durante o II Congresso de Mulheres Socialistas (1910) foi aprovada sua proposta pela realização de um dia de luta internacional da mulher pelas reivindicações trabalhistas das operárias e defesa dos direitos políticos das mulheres. Por ter organizado, em Berna, na Suíçca, país neutro, em plena guerra, um congresso internacional de mulheres contra a guerra (1915). Por causa desta ousadia foi presa e expulsa do partido socialista alemão e também perdeu o posto de editora-chefe do Gleichheit (1916). Após sua fundação (1919) entrou no partido comunista alemão, mas com a subida de Hitler, refugiou-se em Moscou (1933) onde morreu logo depois. Seu nome nome ficou ligado ao surgimento do movimento de luta das mulheres, em particular das mulheres operárias, como movimento de massas em escala internacional nos principais países capitalistas do mundo. NOTA: O Dia Internacional da Mulher é comemorado em todo o mundo no dia 8 de março, data em que 129 mulheres da fábrica de tecidos Cotton, em Nova York (EUA), morreram carbonizadas depois da polícia reprimir a greve ateando fogo no prédio (1857). As grevistas reivindicavam o direito da jornada de trabalho de dez horas em contraposição às 15 horas diárias. O movimento para uma vida mais digna para a mulher foi iniciado durante a Revolução Francesa (1789) quando Olympe de Gouges (1748-1793) publicou textos sobre os direitos da mulher, afirmando que se elas poderiam ser levadas ao cadafalso, também tinham o direito de subir na tribuna política. Por suas declarações, foi julgada, condenada à morte e guilhotinada (1793).






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