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Camilo José Cela Trulock, Marquês de Iria Flavia

( Escritor espanhol )
1916 - 2002


Escritor espanhol nascido na cidade de Iria Flavia, província de La Coruña, noroeste da região da Galícia, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura (1989) por ser considerada a principal figura da renovação sofrida pela literatura da Espanha no pós-guerra, e uma das figuras mais conhecidas do mundo literário hispânico. Primogênito de la familia Cela Trulock, foi batizado com os nomes de Camilo José Manuel Juan Ramón Francisco de Jerónimo en la Colegiata de Santa María la Mayor de Adina. Desde muito novo, acalentou a ambição de ser escritor e pôde se dedicar a muitos gêneros literários, incluindo a poesia e os ensaios. Iniciou seus estudos no colégio dos escolápios de Porlier (1925). Esteve internado no sanatório de Guadarrama, acometido de tuberculose pulmonar (1931-1932), período em que se dedicou a leitura de obras literárias como a obra completa de Ortega y Gasset e os clássicos espanhóis de Rivadeneyra. Recuperado concluiu os estudos secundários (1933) e entrou para o curso de medicina da Universidade Complutense (1934), porém logo trocou pelo curso da Facultade de Filosofía e Letras, onde se tornou amigo do escritor e filólogo Alonso Zamora Vicente e de Miguel Hernández e María Zambrano, Max Aub e outros escritores e intelectuais. Integrado as forças nacionais (1936) durante a guerra civil, foi ferido e hospitalizado (1938) em Madrid. Dois anos depois aparecem suas primeiras publicações com o pseudônimo de Matilde Verdú, mas se consagrou para o público com a publicação de A Família de Pascual Duarte (1942), um romance poderoso, apesar de ter sido atacado pela Igreja Católica, proibido e censurado. Casou-se com María del Rosario Conde Picavea (1944) e publicou em Buenos Aires, na Argentina (1945) a terceira edição do La familia de Pascual Duarte. Em 17 de janeiro nasceu seu único filho com Rosário Conde, Camilo José. Em virtude da proibição na Espanha, publicou na Argentina, apesar de alguns problemas com a censura peronista, outro de seus famosos romances: La colmena (1951). Mudou-se de Madrid para Palma de Mallorca onde conheceu Ernest Hemingway. Foi eleito (1957) para a Real Academia Española, na vaga do falecido Almirante Estrada. Ganhou o título de doutor honoris causa (1964) pela Syracuse University, a primeira universidade estrangeira a lhe conceder tal título. Mudou-se para sua nova residência em Bonanova, onde se tornou vizinho de Joan Miró e Robert Graves. Por designação real, foi nomeado Senador (1977) nas primeiras Cortes Generales da transição democrática e tomou parte ativa na revisão do texto constitucional do seu país (1978), onde estabeleceu que a língua oficial do Estado seria chamada de castelhano ou espanhol. Encerrou seu mandato de senador (1979) e foi investido como doctor honoris causa pela Universidad Compostelana e agraciado com a Gran Cruz de la Orden de Isabel La Católica (1980). Foi nomeado Académico de Honor de la Real Academia Galega (1982) e Cartero Honorario por S.M. El Rey. Também foi nomeado Forense de Honor pela Asociación Nacional de Forenses (1984) e recebeu o Prêmio Nacional de Literatura. Seu currículo literário, de títulos e honrarias por todo o mundo ocidental é muito extenso. Membro de várias instituições literárias internacionais, ele venceu os principais prêmios literários da Espanha e foi o quinto escritor do país a levar o Nobel de Literatura, depois de José Echegaray, Jacinto Benavente, Juán Ramón Jimenez e Vicente Aleixandre. Na poesia sua primeira obra importante foi Pisando la dudosa luz del día (1936). Entre as várias novelas a primeira foi a grande La familia de Pascual Duarte (1942) e a última foi Madera de boj (1999). Escreveu ainda muitos contos, fábulas, comédias e peças teatrais, relatos de viagens e artigos, além de traduções, versões e adaptações para cinema, por exemplo. Morreu aos 85 anos de uma parada cardíaca, em uma clínica de Madri, capital da Espanha.

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