CYRO DEL NERO
(Cenógrafo)
1931-
Paulistano, do Brás, Cyro Del Nero é descendente de imigrantes italianos, vindo no começo do século. Nascido em 28 de dezembro de 1931. De família protestante, teve educação rígida, religiosa. A mãe era pianista e o pai também dono de muita sensibilidade musical, tocava violino. Família harmônica, Cyro tem uma irmã seis anos mais nova. A sua formação foi principalmente dentro de bibliotecas. Teve muitos amigos poetas e frequentava a Biblioteca Municipal Mario de Andrade. Logo, ainda bem garoto, fez amizade com Manoel Carlos, Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Carlos Zara. E eles pensavam o dia inteiro em música, filosofia, artes. Inicialmente Cyro, que era um rapagão alto e bonito, pensou em ser ator e fez pequenas
“pontas” em teatro. Mas logo viu que, como gostava de desenhar, o seu campo seria a cenografia. Encontrou um diretor grego, que realmente mudou a sua vida. Foi quando Cyro fez sua primeira cenografia na montagem da peça “O Anfitrião”. Logo a seguir, foi convidado por Flavio Rangel, e fez a cenografia da peça “O canto da cotovia”. Mas o grego resolveu voltar para a Grecia. Cyro deu mil saltos e conseguiu dinheiro da passagem com Ciccilo Matarazzo. Foi para a Grecia também. Lá ficou três anos, que foram inteiramente modificadores de sua vida. Casou-se. E voltou com dois filhos. Mas, é bom que se registre, não ficou só na Grecia, esteve em vários países da Europa. Internacionalizou-se. Quando voltou, seus amigos do Brasil tinham progredido e Cyro não ficou um dia sem trabalho. Foi logo contratado para cenografia de televisão. Esteve na TV Record e na TV Excelsior, que para ele, modernizou completamente a linha televisiva. Criou as “grades de programação” , as “vinhetas”, os intervalos desenhados, a fim de personalizar a emissora. Cyro esteve em todas. Depois foi para a Globo como Diretor de Arte, e seu campo se expandiu ainda mais. Fez, entre outras coisas, a abertura do “Fantástico” , e de todas as principais novelas da TV Globo. Trabalhou também na TV Tupi do Rio e, posteriormente, de São Paulo. Ganhou prêmios. Entre eles o de “Melhor cenógrafo nacional”, na IV Bienal de Artes Plásticas de São Paulo. Mas, como Cyro é “capricorniano”, segundo ele mesmo diz, ele é “muitos” em um. Dedicou-se também à moda. Trabalhou nos desfiles da Rhodia, por dez anos. Teatro nunca abandonou, pois é sua paixão. Fez no T.B.C. muitas montagens, como: “A Semente” , entre dezenas de outras. Fez montagens de óperas, como: “O Guarani” , de Carlos Gomes. Ainda em 1998 foi convidado pelo governo francês, para montar o Pavilhão Brasileiro no Louvre. Foi uma apoteose. Cyro conseguiu levar para lá: o aroma, o paladar, o som da Amazônia. E tudo isso feito com sua genialidade e seu amor. Hoje, Cyro Del Nero, que já se casou outras vezes, tem sete filhos, e ainda grandes projetos de vida. É professor de Artes da USP, faz palestras e cenários, muitos e maravilhosos cenários, que espalha pelo mundo afora. Esse é o genial Cyro Del Nero, Diretor de Artes da Associação dos Pioneiros da TV Brasileira.
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