Rogério II de Altavila ou Roger II de Hauteville
(Soberano siciliano )1095 - 1154
Soberano siciliano (1130-1154) de descendência normanda nascido em Palermo, fundador do Reino das Duas Sicílias, Sicília e Nápoli, cuja capital era Nápoles. Filho do Conde Rogério I da Sícília e de sua terceira esposa, Adelaidede Savona, e sobrinho do grande RobertoGuiscard, de Nápoles, ficou órfão de pai e herdou o condado da Sicília ainda criança após a morte do irmão mais velho Simon (1093-1105), ficando sua mãe como regente (1105-1112). Dez anos depois de assumir de fato o governo da Sicília, anexou a Calábria (1122) e, com a morte de William de Tarento (1127), o neto de Guiscard, um dos dois pretendentes para o ducado de Apúlia, preferiu ficar com o principado de Antióquia, deixando a Apúlia a parte, procurou afirmar seus direitos sobre a região apuléia e foi coroado em Salerno. O seu coroamento, no entanto, provocou uma reação de quase todos os barões normandos no continente, preocupados que a chegada ao poder de alguém forte o suficiente para contrariar as ambições pessoais deles. O Papa Honorius II que vinha de uma vitória contra o Império, quis aproveitar-se do instabilidade normanda na região e recusou a autoridade do novo monarca e incitou os barões normandos contra ele. Porém sua ação falhou e o Papa o seu direito como herdeiro do título do tio (1128), ou seja, duque de Apúlia, Calábria e Sicília, estabelecendo a unidade do continente de Mezzogiorno e Sicília assim. Nos dois anos seguintes o novo soberano conseguiu a pacificação dos barões normandos de Apúlia e, principalmente, depois da morte de Roberto II de Aversa (1129) o controle dos principados do Drengots, baseado em Aversa e Cápua. Voltou para a Sicília (1130), e forçou o antipapa Anacleto II coroá-lo o rei de Sicília e ratificar todas as suas posses. Da Sicília iniciou seus planos de conquista sobre a África do Norte (1134), numa longa guerra de quase vinte anos. Com a morte de Anacleto II (1138) e a renúncia de seu sucessor Vítor IV (1139), o segundo Concílio Latranense (1139), ratificou Inocêncio II como único papa (1130-1143), mas este teve de reconhecê-lo como rei da Sicília. Ocupou Tripoli, então Maghreb, e outras cidades africanas que permaneciam a uma década sob o poder dos normandos (1146). Com a Esquadra do Reino das Duas Sicílias submeteu região costeira entre Túnis e Trípoli (1148). Terminou a conquista dos emirados ziridas da Tunísia (1153), e anexou a costa africana, de Tripoli até Bone (1153). Em termos administrativos tinha grande apreço por Salerno, a ponto de a constituir a segunda capital do seu reino. Culto, foi de grande importância para que a Escola Médica de Salerno alcançasse a projeção conhecida. Determinou (1140) que para se exercer medicina era necessário a prestação de provas de exame perante professores da Escola de Salerno. No mesmo édito promulgava que quem exercesse ilegalmente a Medicina seria encarcerado e os seus bens vendidos em hasta pública. Tudo isto porque queria evitar que os seus súditos corressem perigos por ignorância dos médicos. Um dos mais antigos exemplos de legislação secular contra a bruxaria foi dado por esse rei, quando afirmou que o preparo de poções do amor, funcionando ou não, era crime. Casou três vezes, a saber, primeiro (1118) com Elvira, filha de Alfonso VI de Castela, de quem enviuvou (1135), depois (1149) com Sibília da Burgundia e, viúvo novamente (1151), casou pela última vez (1153) com a jovem Beatriz de Rethel, e morreu em Palermo, na Sicília.
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