Otávio de Faria
(Escritor, crítico, ensaísta, romancista e tradutor )
1908 - 1980
Escritor, crítico, ensaísta, romancista e tradutor brasileiro nascido em no Rio de Janeiro, RJ, em cuja obra literária prevalecia o drama das consciências atribuladas, divididas entre o pecado e o ideal de santidade. Filho de Alberto de Faria e de Maria Teresa de Almeida Faria, passou a infância entre o Rio e Petrópolis, onde a família costumava veranear, em casa hoje tombada pelo Patrimônio Histórico, e que pertenceu ao Barão de Mauá, antes de ser adquirida pelo seu pai e depois pertencente a Lucília de Faria Proença, irmã do romancista. Fez os estudos primários e secundários no Colégio Santo Antônio Maria Zacaria, da ordem dos padres Barnabitas (1922-1926), e os estudos superiores na Escola Nacional de Direito (1927-1931). Ainda universitário, começou a colaborar (1927) com a publicação católica A Ordem, órgão do centro D. Vital, e como crítico de cinema e literária em Literatura, revista dirigida por Augusto Frederico Schmidt. Bacharel em Direito, nunca exerceu a advocacia, preferindo consagrar-se à literatura. Fez sua primeira publicação com o texto político Maquiavel e o Brasil (1931). Depois vieram Destino do socialismo (1933) e Dois poetas (1935) e ganhou prestígio como romancista com a seqüência que chamou de Tragédia burguesa, em 13 volumes, considerada um dos projetos mais audaciosos da literatura brasileira. O projeto foi composto dos romances Mundos mortos (1936), Os caminhos da vida (1939), O lodo das ruas (1942), O anjo de pedra (1944), Os renegados (1947), Os loucos (1952), O senhor do mundo (1958), O retrato da morte (1961), Ângela, ou As areias do mundo (1963), A sombra de Deus (1966), O cavaleiro da Virgem (1970), O indigno (1973) e O pássaro oculto (1979). de romances autônomos, embora com personagens comuns no desenrolar cronológico. Publicou ainda os ensaios como Cristo e César (1937), Fronteiras da santidade (1940), Dignificação do faroeste (1952), Pequena introdução à história do cinema (1964) e Novelas da masmorra (1966) e a peça teatral Três à sombra da cruz (1939). Fez traduções de Jacob Wassermann, Thomas Hardy, Jean Lartéguy e Joseph Kessel. Ocupou vários cargos públicos como diretor da Escola de Filosofia e Letras da Universidade do Distrito Federal (1936), membro do Conselho Federal de Cultura, pertencente à Câmara de Artes (1969-1974), e onde permaneceu até sua morte (1980), no Rio de Janeiro. Eleito em 13 de janeiro (1972) para a Cadeira n. 27, na sucessão de Levi Carneiro, foi recebido em 6 de junho do mesmo ano, pelo acadêmico Adonias Filho. Pertenceu ao Fluminense Futebol Clube, do qual foi sócio benemérito e perseverante torcedor. Recebeu os seguintes prêmios literários: Felipe d’Oliveira pelo romance O lodo das ruas (1942), Prêmio Luiza Claudio de Souza, do Pen Clube do Brasil, pelo romance A sombra de Deus (1967), Golfinho de Literatura, do Museu da Imagem e do Som (1968), Prêmio Instituto Nacional do Livro (ficção), pelo livro Novelas da masmorra (1968), Prêmio Machado de Assis, para conjunto de obra, da Academia Brasileira de Letras (1970) e o Prêmio Fernando Chinaglia, pelo romance O cavaleiro da Virgem (1972). Seu pai também foi membro da Academia Brasileira de Letras, autor de Mauá, biografia de Irineu Evangelista de Sousa, e a mãe era filha de Tomás Coelho de Almeida, por duas vezes ministro do Império e fundador do Colégio Militar. Era cunhado de Afrânio Peixoto e Alceu Amoroso Lima.
Biografias Relacionadas
-
Afrânio Coutinho
Ensaísta, crítico literário e jornalista baiano. Responsável pela introdução no Brasil, nos anos 50, do New Criticism norte-americano, movimento que considera a crítica de obra literária como fato autônomo e não vinculada a um contexto histórico determinado....
-
Pedro Calmon Moniz De Bittencourt
Jornalista, político, ensaísta, historiador e biógrafo brasileiro nascido em Amargosa, Estaado da Bahia, destaque como professor e administrador na área educacional. Filho de Pedro Calmon Freire Bittencourt e Maria Romana Moniz de Aragão Calmon de Bittencourt,...
-
Álvaro Lins
Álvaro Lins (A. de Barros L.), professor, jornalista, crítico literário, ensaísta e diplomata, nasceu em Caruaru, PE, em 14 de dezembro de 1912, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de junho de 1975. Eleito em 5 de abril de 1955 para a Cadeira n. 17,...
-
Augusto Meyer
Augusto Meyer, jornalista, poeta, ensaísta, memorialista e folclorista, nasceu em Porto Alegre, RS, em 24 de janeiro de 1902, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 10 de julho de 1970. Eleito em 12 de maio de 1960 para a Cadeira n. 13, na sucessão de Hélio...
-
Múcio Carneiro Leão
Jornalista, poeta, contista, crítico, romancista, ensaísta brasileiro nascido em Recife, PE, que como acadÊmico da ABL dedicou-se especialmente à organização, prefácio e notas da obra crítica de João Ribeiro. Filho do médico Laurindo Leão e de Maria Felicíssima...