Matias de Albuquerque
(General do exército )
1590 - 1647
General do exército colonial português em Pernambuco, nascido possivelmente em Olinda, PE, preposto de um irmão, o donatário Duarte de Albuquerque Coelho, herói da guerra contra os invasores holandeses e que se tornou governador-geral do Brasil numa emergência. Era o filho mais jovem de Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro donatário de Pernambuco. Batizado Paulo, mudou-se o seu nome para Matias em honra de seu parente e tutor, Matias de Albuquerque, vice-rei da Índia. Em jovem recebeu o hábito da Ordem de Cristo e mais tarde foi comendador de três comendas da ordem. Serviu três anos no Norte de África e (1620) chegou a Pernambuco como governador da capitania de seu irmão mais velho e quarto donatário, Duarte de Albuquerque Coelho. Restaurou a autoridade de sua familia depois de quase cinquenta anos de ausência. Também preparou as defesas de Pernambuco e, quando da primeira invasão holandesa na Bahia (1624-1625), os oficiais da Câmara, reunidos no Espírito Santo, designaram-no para o cargo depois que os invasores prenderam o governador-geral anterior, Diogo de Mendonça Furtado. Ao ser guindado ao comando do país, quis logo partir para a Bahia, mas, atendendo a conselhos, permaneceu em Olinda, de onde enviou seguidos e expressivos reforços para a luta contra a invasão no Recôncavo. Transmitiu (1626) o cargo de governador-geral a Diogo Luís de Oliveira. Nomeado visitador e fortificador das capitanias do norte, foi chamado a Lisboa, de lá voltando com novas tropas e armas para o governo de Pernambuco. Uma armada invasora holandesa, com 56 navios, chegou à capitania (1630) e, expulso da capital, refugiou-se no arraial do Bom Jesus, entre Olinda e Recife, onde por mais de cinco anos montou um núcleo de resistência. Cercou-se, para a longa campanha, de senhores de engenho, escravos e índios partidários dos lusos, como Antônio Filipe Camarão. Após uma série de investidas contra os holandeses acantonados no Recife, retirou-se para Alagoas, onde retomou Porto Calvo, além de prender e executar Calabar, guerrilheiro que se bandeara para o lado holandês. Depois de entregar ao duque de Ganja a chefia da resistência no Brasil, partiu mais uma vez, para Portugal (1636). Em Lisboa, cidade onde morreu, vítima de intrigas, foi processado e esteve preso até a restauração da monarquia (1640). Foi membro do Conselho da Guerra e finalmente governador das armas do Alentejo. Venceu a batalha de Montijo contra os espanhóis (1644) e depois recebeu o título de conde de Alegrete.
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