Gilberto de Melo Freire
(Escritor e sociólogo )1900 - 1987
Escritor e sociólogo brasileiro nascido em Recife, PE, cuja obra representou um divisor de águas na evolução cultural da sociedade brasileira. De formação primária e secundária no Colégio Americano Gilreath, e superior nos Estados Unidos, cursando as universidades de Baylor, em Waco, Texas, e Colúmbia, em Nova York, onde apresentou a tese Social Life in Brazil in The Middle of 19th Century (1922), trabalho básico para o seu famoso livro Casa grande & senzala (1933). Viajou por vários países europeus e demorou-se principalmente em Paris e Londres, antes de voltar à Recife (1924), cidade em que permaneceu pelo resto da vida. Dirigiu por algum tempo o jornal A Província, contando com colaboradores do porte de Mário de Andrade, Prudente de Morais, o neto, Ribeiro Couto e Manuel Bandeira. Foi oficial de gabinete e assessor direto do governador de Pernambuco Estácio de Albuquerque Coimbra, deposto pela revolução (1930) e tornou-se (1928) o primeiro titular da cadeira de sociologia na Escola Normal de Recife. Foi deputado (1946-1950.) eleito pela União Democrática Nacional, a UDN, à Assembléia Nacional Constituinte, criou o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, com sede em Recife. Membro do Conselho Federal de Cultura desde sua criação (1967). Fez muitas viagens internacionais e recebeu numerosas láureas, títulos e prêmios, nacionais e estrangeiros. Professor honoris causa da Universidade de Coimbra e de outras universidades brasileiras e estrangeiras, membro de sociedades internacionais de cultura, afirmou, no entanto, sua independência em relação à instituição acadêmica, da mesma forma que se declarou pós-marxista e não modernista, acatólico e não anticatólico. Morreu em Recife e, além de Casa grande & senzala, uma magistral obra sobre a contribuição do negro e o fenômeno da miscigenação na formação social do Brasil, escreveu cerca de oitenta títulos, entre opúsculos e livros, entre eles Um engenheiro francês no Brasil (1940), biografia de Louis Leger Vauthier, Região e tradição, (1941), Brazil, an interpretation (1945) ou Interpretação do Brasil (1947), Ingleses no Brasil (1948), Quase política (1950), discursos parlamentares que proferiu durante sua rápida incursão na política, e Vida, forma e cor (1962).
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