Cipriano José Barata de Almeida
(Médico e jornalista)1764 - 1838
Médico e um dos mais combativos jornalistas brasileiros do período imperial, nascido em Salvador, Bahia. Era filho do tenente português Raimundo Nunes Barata, e da brasileira Luíza Josefa Xavier e matriculou-se no curso de Filosofia na Universidade de Coimbra (1786), passando para o de Matemática e, em seguida, para o de Medicina. Foi contemporâneo de José Bonifácio de Andrada e Silva, de José Egídio Alves de Almeida, futuro secretário particular de dom João VI, de Manuel Câmara de Bittencourt, futuro intendente dos diamantes em Minas Gerais, e de outros nomes que se tornaram famosos na passagem do século XVIII para o XIX. Formou-se em medicina pela Universidade de Coimbra e voltou ao Brasil onde passou a maior parte de sua vida dedicado às atividades políticas. Liberal-democrata radical, participou da Conjuração Baiana (1798), e da Revolução Pernambucana (1817). Deputado pela Bahia nas Cortes Constitucionais (1821), em Lisboa, assumiu posições separatistas. O irrequieto e combativo jornalista voltou ao Brasil (1822) e estreou na imprensa na Gazeta de Pernambuco. Criou o jornal Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco (1823), onde denunciava as tendências absolutistas de dom Pedro I. Eleito para a Assembléia Constituinte, preferiu continuar na redação do Sentinela, em Pernambuco. Utilizando um texto combativo e agressivo, posicionava-se a favor das idéias republicanas e da autonomia das províncias. Por essa razão foi detido na fortaleza de Brum, em Pernambuco, em 17 de novembro (1823), durante as turbulências que precederam a dissolução da Constituinte. Inaugurou nova série de seu jornal, agora clandestino e sua ousadia foi punida com a prisão e levado para a Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, onde permaneceu detido (1823-1830). Em quase todas conseguiu reeditar o jornal, apenas adaptando o título. Saindo da prisão (1830), voltou à Bahia e publicou A sentinela da Liberdade. Defendeu o federalismo e idéias republicanas. Voltou a ser preso várias vezes, antes de voltar para Pernambuco (1835), de onde logo se mudaria com a família para a Paraíba. Recebeu, então, um convite do presidente da província do Rio Grande do Norte para residir em Natal, onde terminaria seus dias praticamente no anonimato.
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