Waldemiro Tymchak
(Missionário)
Quem vê o Pastor Waldemiro Tymchak, com seu olhar sereno e sorriso discreto, não imagina a responsabilidade que pesa sobre seus ombros.
Quem poderia imaginar que o menino simples de São José dos Pinhais, que pescava no rio e andava de cavalo baio, seria hoje um cidadão do mundo. Quem arriscaria dizer que um tímido garoto que acordava às 3 da manhã para trabalhar como alfaiate, um dia receberia a grandiosa missão de liderar os batistas brasileiros na sua maravilhosa missão de evangelizar os povos da terra.
É assim que Deus faz. Somente ele torna meninos frágeis em homens cuja vida tem marcado gerações inteiras.
Ainda pequeno, Waldemiro, ouvia pelo rádio sermões em russo, em companhia de sua babá. Babá quer dizer vovó em búlgaro. Foi sob a influência dessa mulher piedosa e temente a Deus, que o menino cresceu diante do Senhor. Mal sabia ele, que anos mais tarde, seria através de uma experiência na Rússia que Deus faria uma grande revolução em sua vida.
Aos 12 anos perdeu o pai e precisou prover sustento para sua família. Aprendeu a depender de Deus e a esperar grandes coisas do Senhor. As histórias bíblicas, contadas por sua babá, serviram para moldar seu caráter cristão. Seu pai Basílio, líder de uma congregação, um grande evangelista entre o povo eslavo, ensinou-lhe com a própria vida que Deus precisava ter o primeiro lugar na vida do cristão.
Já adolescente, Waldemiro, orava e cantava com fluência em russo, tocava banjo, bandolim e pistão. Foi batizado numa Igreja Russa e tornou-se líder de adolescentes e jovens.
Aos 18 anos, o jovem curitibano que mais parecia russo, começou a “abrasileirar-se”. Na Primeira Igreja Batista de Curitiba, conviveu com grandes homens de Deus e tornou-se um jovem dinâmico, que gostava de retiros, congressos e intercâmbios como oportunidades de convivência num ambiente saudável.
Queria ser sociólogo, ganhar muito dinheiro, mas Deus tinha algo bem melhor para ele. Na metade do curso, deixou a Universidade Federal de Curitiba e ingressou no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro. Abençoada escolha.
O Rio de Janeiro seria para Waldemiro uma verdadeira escola. O clima quente e gente calorosa abririam espaço para expandir mais ainda seus talentos. Como seminarista da Igreja Batista do Calvário e da Igreja Batista de Copacabana, o jovem evangelizou gente simples da periferia. Pregava nas favelas, ao ar-livre, visitava e substituía os pastores no púlpito.
Sua mente brilhante e seriedade nos estudos o premiaram. Ao terminar o curso de Teologia ganhou uma bolsa de estudos no conceituado Spurgeon’s College, em Londres. Era o caminho de Deus abrindo as portas do mundo para que seu ministério alcançasse os confins da terra. Conheceu países e líderes cristãos que lhe ensinaram grandes lições.
Anos haviam se passado desde sua infância entre russos, ucranianos, romenos, búlgaros... e agora, as lembranças se misturavam a um presente que o levaria até esses povos que ele aprendera a amar. E foi visitando a terra de seu pai, a Rússia, com sua sofrida realidade religiosa, política e social, que missões se tornaria a obra preciosa de sua vida.
Escrevendo no Jornal Batista a série “Eu chorei na Rússia”, o jovem tímido mostrava um coração ardente e disposto a investir sua vida na obra missionária mundial. Em 1971, quando retornou ao Brasil, já não era mais o mesmo. O clamor dos povos russos estava muito forte em seu coração.
Neste período, conheceu a jovem Acidália, que seria sua grande companheira. Casaram-se e tiveram dois filhos: Nelson e Taís. Pastoreou a Congregação Batista em Bom Retiro, em Curitiba, e três anos e meio depois, foi para São Paulo pastorear a Igreja Batista Boas Novas, uma igreja russa, que amava missões e tinha 12 nacionalidades ali representadas.
Em 13 de junho de 1979, tornou-se o Secretário Geral da Junta de Missões Mundiais. Seu amor pela evangelização dos povos tem sido sua marca nestes 24 anos de ministério. Sua visão tem sido passada às igrejas, que de forma corajosa tem sustentado esse trabalho. De 11 campos e 56 missionários, hoje são 58 campos e 528 missionários.
Países fechados para o evangelho, como Índia, Japão, Líbano, entre outros, representam uma grande vitória para o povo batista brasileiro. Das 15 nações que formavam o bloco fechado da União Soviética, 12 estão sendo evangelizadas através da Junta de Missões Mundiais. Mais de 50% da força missionária da JMM hoje estão atuando entre os povos esquecidos da Janela 10/40.
São novos investimentos, novos paradigmas surgindo para que mais e mais pessoas possam conhecer Jesus. Os missionários da terra, os fazedores de tendas, o envio de pastores, leigos, médicos, professores ao campo, a criação de um centro de treinamento de missões, o Programa de Adoção Missionária, as Videoconferências, o Jornal de Missões, o Proclamai Nacional, entre outros empreendimentos, representam uma administração ousada, moderna e dependente do Senhor.
Não há dúvida de que o Pastor Waldemiro é um homem de Deus para este tempo. Como tantos outros que o Senhor tem levantado através dos séculos, sua vida comprova que a obra de evangelização dos povos é feita através daqueles que renunciam seus próprios sonhos para realizar os sonhos de Deus. Esta vivência passa muitas vezes pela dor, cansaço, doenças, decepções, para que a vitória seja alcançada. Este é o caminho que Deus traçou para aqueles que, como o Pastor Waldemiro Tymchak, se deixam ser bênção para o mundo.
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