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Jorge Amado

(Escritor brasileiro)
10-8-1912, Itabuna (BA)
6-8-2001, Salvador (BA)


Depois de surpreender a crítica e o público com o romance O País do Carnaval, escrito quando tinha apenas 19 anos, Jorge Amado tornou-se um dos principais representantes do romance nordestino e o autor brasileiro com o maior número de livros vendidos no país e no exterior. Suas obras foram publicadas em 52 países e traduzidas para 48 idiomas e dialetos.
Nascido na Fazenda Auricídia, em Ferradas – atual Itabuna (BA) –, mudou-se com a família para a região cacauzeira de Ilhéus com apenas um ano de idade. Com apenas 15 anos, já em Salvador, começou a trabalhar como repórter policial do Diário da Bahia. Formou-se no Rio de Janeiro em Direito – profissão que jamais exerceu –, ao mesmo tempo que participava ativamente da luta política. Detido de 1936 a 1937 durante o Estado Novo (1937-1945), foi eleito deputado federal constituinte em 1945 pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), mas perdeu o mandato em 1947, depois que o partido foi colocado na ilegalidade. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941-1942), em Paris (1948-1950) e em Praga (1951-1952). No exterior escreveu Os subterrâneos da liberdade, romance em três volumes, no qual dissecava o Estado Novo e denunciava a perseguição política, a tortura e as prisões. Em 1952 seus livros foram proibidos nos Estados Unidos. E, em 1956, discordando dos rumos do comunismo na União Soviética, desfiliou-se do Partido Comunista.
Seus romances percorrem duas fases, delimitadas por Gabriela, Cravo e Canela, publicado em 1958. A primeira é influenciada pelo lirismo e forte atuação política, concentrando-se no sofrimento de trabalhadores nas plantações de cacau em Ilhéus e em pescadores, camponeses e marginais. Nessa fase escreveu Cacau (1933), Suor (1934), Jubiabá (1935), Mar Morto (1936), Capitães de Areia (1937), Terras do Sem Fim (1943), São Jorge dos Ilhéus (1944), Seara Vermelha (1946) e Os Subterrâneos da Liberdade (1954). Abdicando da crítica social violenta e optando por um estilo mais jovial e irônico, os romances da segunda fase aproximam-se das alegrias das classes médias de Bahia, revelando personagens malandros e bufões. É aqui que Jorge Amado produz uma sucessão de livros aclamados mundialmente e transformados em novelas para a televisão e em filmes, como Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966), Tenda dos Milagres (1969), Tieta do Agreste (1977) e Tocaia Grande (1984).
Membro da Academia Brasileira de Letras desde 1961, recebeu, em março de 1998, o título de doutor honoris causa na Sorbonne, em Paris. Nos últimos anos, por causa dos problemas cardíacos, o escritor recolheu-se à sua casa em Salvador, no tradicional bairro do Rio Vermelho. Desde 1996 usava um marcapasso.

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