Theo van Gogh
(Polêmico escritor e cineasta holandês )
1957 - 2004
Polêmico escritor e cineasta holandês nascido em Haia, diretor de Submission, filme que suscitou grande polêmica na Holanda sobre o Islã. Seu bisavô era o negociante de arte e irmão do famoso pintor holandês Vincent van Gogh. Abandonou o curso de direito para se tornar encenador, até que debutou como diretor com o filme Luger (1981). Como ator, apareceu na produção De noorderlingen (1992) e depois trabalhou como apresentador de talk-shows na televisão e escreveu colunas para o jornais, sempre com assuntos e opiniões controvertidas. Recebeu um Gouden Kalf, o Oscar holandês equivalente do) por Blind Date (1996) e In het belang van de staat (1997). Era um crítico famoso de Islã, especialmente depois dos ataques terroristas de 11 de setembro (2001). Em seu último livro, Allah weet het beter (2003), descreveu suas visões do Islã no seu típico tom cínico e zombeteiro. Foi membro da anti-monarquista sociedade republicana holandesa Republikeins Genootschap, e apoiou a nomeação da política liberal Ayaan Hirsi Ali, uma refugiada somali, que deixou de ser muçulmana, para o parlamento holandês, que foi eleita Partido Liberal VVD (2004) defendendo um discurso direitista como a imposição de limites à admissão de imigrantes na Holanda, especialmente muçulmanos. Sua polêmica trajetória intelectual atingiu o ápice quando, escrito por Hirsi Ali, produziu e dirigiu o filme Submission (2004), exibido na televisão holandesa. Submission é uma referência inequívoca ao Islã, significando literalmente Submissão a Alá, um curta-metragem de dez minutos sobre a violência exercida contra as mulheres muçulmanas, especialmente tematizando a circuncisão feminina, e alertando para outros abusos como incestos, estupros consentidos, casamentos forçados e o suicídio forçados de jovens mulheres muçulmanas imigrantes. O filme suscitou grande polêmica na Holanda sobre o Islã e após sua estréia, e ele e Hirsi Ali receberam ameaças de morte. Ele estava terminando um longa-metragem sobre a história do primeiro político a ser assassinado na Holanda (2002), o controverso líder da direita populista holandesa Wilhelmus Simon Petrus Fortuyn, o Pim Fortuyn (1948-2002), quando também foi assassinado na manhã de 2 de Novembro (2004), em Amsterdã, na esquina entre as ruas Linnaeusstraat e Mauritskade, zona norte da cidade e onde vivem muitos imigrantes. Ele estava indo para o trabalho pela manhã de bicicleta, quando recebeu vários tiros e ainda duas facadas no peito e quase degolado, desferidos por um fanático muçulmano de 26 anos, Mohammed Buyeri, de dupla nacionalidade, holandesa e marroquina, que ainda colocou sobre o corpo, presa com a faca, uma folha de papel com versos de Al Corão. Durante sua carreira do controverso cineasta holandês, de 47 anos, dirigiu cerca de duas dezenas de filmes, escreveu mais três livros, Engel (1990), Er gebeurt nooit iets (1993) e Sla ik mijn vrouw wel hard genoeg? (1996), colaborou com uma dezena de jornais e revistas, e terminou sendo mais uma vítima do fanatismo religioso que, absurdamente parece ficar mais radical a cada dia que se passa. Sua morte provocou uma série de incidentes de incêndios ou vandalismo contra instituições islâmicas na Holanda e em países vizinhos.
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