Lúcio Tarquínio, o soberbo
(Sétimo e último rei de Roma )560 - 509 a. C.
Sétimo e último rei de Roma (510-509 a. C.) e terceiro de descendência etrusca, que construiu em Roma galerias auxiliares a principal, em condutos de pedra e barro (510 a. C.). Apesar de terem se fixado num lugar estratégico, os latinos não conseguiram conter o avanço dos etruscos, que dominaram o Lácio e o transformaram no centro da luta contra os gregos. Eles juntaram as aldeias que formavam a Liga e criaram a cidade de Roma, na região das sete colinas. Depois disso, deixaram a cidade sob o governo de um rei absoluto, e os etruscos transformaram Roma numa cidade muito próspera. Durante esse período a sociedade romana encontrava-se dividida em patrícios e plebeus. Os patrícios pertenciam à camada superior da sociedade, e os plebeus, à camada inferior. Com a conquista etrusca de Roma e ao longo do governo dos três últimos reis etruscos, a desigualdade de ordem social entre patrícios e plebeus tendeu a se aprofundar. No domínio etrusco a cidade foi governada por três reis. Antes do Soberbo governou Tarquínio Prisco, o Antigo, que embelezou a cidade, construiu um circo e a praça pública, que eles chamavam de foro, construiu o esgoto principal, que existe até hoje. Depois veio Sérvio Túlio, segundo rei etrusco (514-510 a. C.), que levantou a primeira muralha da cidade e proclamou as primeiras e diversas reformas sociais que favoreceram os plebeus. Ele criou várias gentes, promovendo famílias plebéias à condição de nobres, organizou assembléias militares, os comícios centuriatos, e estimulou o comércio e o artesanato visando fortalecer economicamente os plebeus. Essas medidas, que a tradição lhe atribuiu, ficaram conhecidas como reformas servianas. O objetivo do rei, entretanto, não era propriamente beneficiar os plebeus, mas fortalecer o poder monárquico. A criação de uma classe plebéia vigorosa tinha por fim a neutralização do poder dos patrícios, ou seja, algo semelhante ao pretendido pelos tiranos, como Pisístrato, na Grécia. Mas em Roma essa política de dar aos plebeus os meios para sua expressão política não teve o mesmo efeito. Em seguida assumiu o último tirano, que deu continuidade à política de seu antecessor, enquanto paralelamente tentou conquistar as colônias gregas do sul da península, mas foi derrotado (510 a. C.). Os patrícios desejosos de manter seus privilégios contra a política “popular” iniciada por Sérvio Túlio, aproveitaram a derrota dos etruscos e o rei foi expulso de Roma por uma revolta popular comandada por Lúcio Júnio Bruto (550-500 a. C.), destronando o rei e dando fim à Monarquia. Para a felicidade dos patrícios, o êxito do movimento foi assegurado em boa parte pelo declínio da civilização etrusca, que não conseguiu realizar uma intervenção pronta e eficaz em Roma, bem como pelo rumoroso estupro cometido pelo filho do rei cometeu, Sexto Tarquínio, contra a virgem Lucrécia. O poder antes exercido pelo rei foi dividido entre dois cônsules, que permaneciam apenas um ano no cargo. Desse modo, os patrícios tentaram eliminar o risco de retorno da Monarquia. Assim nasceu a República de Roma proclamada por Brutus (509 a. C.) sendo ele o primeiro cônsul eleito. Os cônsules eram magistrados supremos que inclusive presidiam os cultos religiosos e comandavam os exércitos. A expulsão desse povo do Lácio (509 a. C.) marcou o fim do domínio etrusco, só restando as ruínas de seus monumentos e sua cultura assimilada pelos latinos.
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