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Montano da Frígia

(Teólogo frígio )
~120 - 200


Teólogo frígio que, alegando ter recebido o carisma da profecia, com as duas mulheres Maximila e Priscila, criou o montanismo (156), atingindo seu apogeu na Ásia três lustros depois (~192). Sacerdote de Cibeles convertido ao cristianismo, pretendeu fazer-se passar por um enviado do Paráclito*, quando não pelo próprio Paráclito ( ~170). Surgindo na Frígia, o montanismo se espalhou rapidamente, mas encontrou vivas oposições, destacando-se entre elas a de Apolinário, Bispo de Hierápolis. Foi submetido à Roma (177), quando os confessores de Lião intervieram junto a Eleutério, depois anos antes da morte de Maximila (179). Treze anos depois o movimento agitou a Ásia toda e em particular Ancira e Éfeso. Sua propagação na Ásia e outras partes (193-196) suscitou novas refutações, como a de Apolônio e de Serapião de Antioquia e chocou-se com violentas oposições nos meios romanos. Em Roma Tertuliano contatou pela primeira vez com o montanismo e aliou-se a ele. Apoiando-se no Evangelho de João, o montanismo não apresentou problema de doutrina e não foi qualificado como uma heresia. Basicamente apoiava-se em um profetismo arcaico com anúncios de guerras e reviravoltas iminentes, que nunca vieram a ocorrer, pregava a violência anti-romana, tendo Roma como a cidade de Satanás, e visivelmente procuravam o martírio, o que constituiu uma provocação perigosa para a paz da Igreja. A exaltação da virgindade e o desempenho das mulheres tornaram-se uma marca importante no movimento. Os montanistas possuíram duas escolas, a de Procio e a de Esquino. Convém notar ainda que um dos adversários romanos do montanismo, o presbítero Caio, por exemplo, rejeitou o Evangelho de João e o Apocalipse. Mas os confessores de Lião, que se ligam à tradição asiática, inspiram-se no Apocalipse, sem serem por isso montanistas.
* Do gr. Parákletos, pelo lat. tard. Paracletu, designativo.

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