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Júlio Prates de Castilhos

(Político e jornalista )
1860 - 1903


Político e jornalista brasileiro nascido em Vila Rica, hoje Júlio de Castilhos, Rio Grande do Sul, um dos republicanos históricos da política brasileira dos princípios deste regime político no Brasil. Depois de se formar em direito em São Paulo (1881), filiou-se às campanhas pela abolição e pela república e voltando a Porto Alegre, dividiu-se entre a advocacia e a política. Colaborador e depois diretor de A Federação, jornal de propaganda republicana fundado àquela época (1884), impôs-se como articulista polêmico. Eleito deputado ao congresso constituinte republicano (1890), formou na corrente ultrafederalista e defendeu o projeto de organização estatal positivista, o que lhe garantiu prestígio entre os militares que apoiaram Floriano Peixoto como sucessor de Deodoro da Fonseca. De volta ao sul, foi eleito pela assembléia estadual (1891) o primeiro Presidente do Estado sulino após a proclamação da República, e redigiu o projeto da constituição gaúcha (1891), baseada nos princípios positivistas, e que foi promulgada nesse mesmo ano. Sua Carta Constituinte ficou famosa pois é toda baseada na doutrina de Augusto Comte, e tornou-se a única constituição positivista do mundo. Os princípios positivistas, embora puros e idealistas colocaram em mãos do Presidente poderes ditatoriais e foram motivos de grandes disputas políticas e de duas Revoluções Gaúchas (1893 / 1923). A renúncia de Deodoro fortaleceu seus adversários que, reunidos na União Nacional, forçaram seu afastamento do poder. Perseguido pelos que o substituíram, retornou à direção de seu jornal e à política oposicionista, apoiando o Movimento Reivindicador (1892) organizado por membros do Partido Republicano, de oposição ao Partido Federalista ou Maragato, liderado por Silveira Martins, antigo presidente da província, adversário de Deodoro e político liberal influente nos últimos tempos da monarquia e muito mais moderados do que os republicanos quanto à autonomia estadual. Do confronto entre castilhistas e maragatos resultou a Revolução Federalista. Retornou ao poder (1893) e a r revolução tornou-se em guerra civil, convulsionando o Rio Grande do Sul e alcançando depois Santa Catarina e o Paraná. Quando os rebeldes da Marinha, que se haviam levantado no Rio de Janeiro, se uniram aos federalistas, o governo de Floriano e o estado de São Paulo apoiou seu governo até a vitória consagrada pelo Acordo de Piratini, assinado perto de Pelotas (1895). Debeladas as resistências ainda se manteve como presidente estadual por três anos até que passou o mandato para Borges de Medeiros. Faleceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, como chefe do Partido Republicano Rio-Grandense, vítima de um câncer de laringe que ocasionou sua morte, no início do ato cirúrgico para extirpação do tumor, certamente por efeito do clorofórmio, pois já sofria de graves crises de asfixia.

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