Dom Marcos Barbosa
(Sacerdote, monge beneditino,poeta e tradutor mineiro)
1915-1997
Dom Marcos Barbosa (nome civil: Lauro de Araújo Barbosa), sacerdote e monge beneditino, poeta e tradutor, nasceu em Cristina - MG, em 12 de setembro de 1915, e faleceu no Rio de Janeiro, em 5 de março de 1997. Eleito em 20 de março de 1980 para a Cadeira n. 15 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Odylo Costa Filho, foi recebido em 23 de maio de 1980, pelo acadêmico Alceu Amoroso Lima. Após o ginásio em Itajubá, matriculou-se, em 1934, na Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro, tendo participado então da Ação Universitária Católica e do Centro Dom Vital, quando travou conhecimento com Alceu Amoroso Lima, de quem se tornou secretário particular. Na mesma época, entrou em contato com o Mosteiro de São Bento, onde ingressou com vários universitários em 1940, interrompendo o Curso de Letras Clássicas, que começara ao terminar o de Direito. No Mosteiro, onde foi ordenado sacerdote em 1946, foi retomando aos poucos a vocação de escritor, pois já publicara antes crônicas e poemas não só em A Ordem e Vida, revistas de que foi redator, como ainda em O Jornal e na Revista do Brasil. Após uma breve passagem pelas rádios Cruzeiro e Mayrink Veiga, manteve de 1959 a 1993, na Rádio Jornal do Brasil, o programa Encontro Marcado, que ia ao ar diariamente às 18 horas. Em seguida, esse programa passou a ser transmitido pelas rádios Carioca-AM e Catedral-FM, também diariamente. Colaborou todas as quintas-feiras no Jornal do Brasil. Dom Marcos, ingressando no mosteiro após ter publicado alguns poemas e artigos, julgava ter renunciado à vocação literária, que veio no entanto a desabrochar de novo em autos e poemas escritos para determinadas ocasiões e depois reunidos em livro. Um desses poemas, "O Varredor" ("Varredor que varres a rua, / tu varres o Reino de Deus."), foi muito divulgado pela Ação Católica, à qual pertencia ainda como estudante. Outro poema seu, "Cântico de Núpcias", teria igual repercussão, lido hoje em celebrações de casamento, inclusive por alguns juízes de paz, e até mesmo em novelas de televisão. Inovou a oratória sacra, pelo estilo manso e poético dos seus sermões. Obteve os dois primeiros lugares no concurso para a letra do Hino do XXXVI Congresso Eucarístico Internacional realizado no Rio de Janeiro em 1955, como também fez parte da equipe de tradutores de textos litúrgicos da Conferência Nacional dos Bispos. Traduziu também, além de obras de Paul Claudel e François Mauriac, três livros que se tornaram famosos, na verdade mais para adultos do que para crianças: O Pequeno Príncipe, O menino do Dedo Verde e Marcelino Pão e Vinho. Integrou por vários anos o Conselho Federal de Cultura. Foi escolhido para saudar em nome dos intelectuais o Papa João Paulo II em sua primeira viagem ao Brasil. Sucedeu a Otávio de Faria no Pen Clube, em 15 de outubro de 1981, tendo sido saudado por Antonio Carlos Villaça. Ocupou na Academia Brasileira de Artes a vaga de Alceu Amoroso Lima, tendo sido recebido por Marcos Almir Madeira em 12 de setembro de 1985. Recebeu o Prêmio de Poesia do Pen Clube do Brasil (1986); agraciado, em 7 de junho de 1990, com a condecoração de Chévalier des Arts et des Lettres, concedida pela República Francesa e recebeu, em 1995, o Prêmio São Sebastião de Cultura da Arquidiocese do Rio de Janeiro, como Personalidade do Ano.
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