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ALMEIDA CASTRO

(Noticiarista, redator e diretor)
1922-


José Andrade de Almeida Castro é conhecido por Almeida Castro apenas. Nasceu em Salvador, Bahia, mais propriamente na famosa Baixa do Sapateiro, em 30 de junho de 1922. Filho de Fernando e Elzira. Começou a trabalhar cedo, pois sua família estava “quebrada”. Tinha nove anos de idade e precisava comprar a “farda”, para entrar no Colégio Estadual da Bahia. Almeida Castro, levado por um tio, foi ser ajudante de mecânico no linotipo do jornal “A Tarde”. E jamais, depois disso, deixou de trabalhar em veículos de comunicação. Colega de Carlos Mariguela e Antonio Carlos Magalhães, era inteligente o garoto e logo chegou à Faculdade de Direito da Bahia, sempre custeando seus próprios estudos. Conheceu ali Demerval Costa Lima, que escrevia lindos poemas no jornal acadêmico. Não demorou muito para Almeida Castro fazer cursos de doutorado no Rio de Janeiro e depois em universidades americanas pois o tempo passou rápido. Ali estagiou na Komu-TV, na KTTV, em Los Angeles, na Universidade de Chicago, na Universidade de Denver, na California. Depois fez um curso na Universidade Mundial de Turismo. Fez também cursos na BBC, de Londres, na TV Espanhola, na Rai italiana e um curso sobre Cobertura do Mundo Via Satélite, na incipiente Intelsite. Com toda essa sede de saber e estudar, logo foi subindo na carreira; foi repórter, noticiarista, redator e diretor, tendo sido fundador de vários jornais da cadeia dos Diários Associados. Entrou também para o rádio, no Rio de Janeiro. Foi para a Rádio Nacional, como locutor e apresentador. Mas sua vida ligada a jornal continuava e ele fundou o jornal “Província do Pará”; depois a “Rádio Sociedade da Bahia” e a “Rádio Jornal do Comércio” do Recife. E depois muitas e muitas outras, pois a Rede Associada se expandiu por todo o Brasil e Almeida Castro era um de seus diretores. Nos Diários Associados então fez uma larga jornada. Foram 37 anos de trabalho. Chegou então à televisão. Era da equipe de João Calmon. Foi diretor geral de várias empresas. Voltou, porém, aos Estados Unidos, para aperfeicoar-se em televisão, de onde voltou para supervisionar a Tupi do Rio, Tupi-Difusora de São Paulo e a TV Iatcolomy, de Belo Horizonte. Ficou mais no Rio de Janeiro, participando também de sua programação, até como locutor e apresentador. No Rio lançou “O Céu é o Limite”, sucesso de Aurélio Campos em São Paulo. Chegou até a substituir o Chacrinha, no “Cassino do Chacrinha”, que era feito na cidade de Niteroi. Lançou no Rio o “Teatrinho Trol”. Dirigiu o “Grande Teatro Tupi”, com os grandes atores: Fernanda Montenegro, Nathália Tiberg, Sergio Brito, Italo Rossi, dentre outros. Foi dele também a idéia de preparar profissionais em vários cantos do Brasil, pois ele era “o implantador de emissoras de televisão”. Acompanhavam Almeida Castro, profissionais de peso como Péricles Leal e Tito Bianchini de São Paulo. Dessa empreitada formaram-se profissionais que trabalham até hoje, principalmente em áreas da técnica e da produção, como Hilton Marques, por exemplo. Nasceram as Associadas em pequenas cidades, como a “Araripe”, no Crato, e outras nos grandes centros, como a Itacolomy de Belo Horizonte, como já foi citado. E a de Brasília. Acompanhou ainda a chegada ao Brasil do vídeo-tape, com episódios engraçados, que ele viveu e gosta de contar. Do norte,, nordeste, sudoeste ao sul, esteve Almeida Castro, levando o nome de seu chefe maior, Assis Chateaubriaand, e fazendo a imensa rede de comunicação Associada ficar cada vez mais forte e poderosa. Artistas se cruzavam, faziam shows e teatros aqui e lá. Era a integração nacional. Além das emissoras de rádio e televisão, Chateaubriand possuía também seus fortíssimos jornais e a importante revista “O Cruzeiro”. Foi então fundada a SIRTA – Serviços de Imprensa, Rádio e Televisão Associados. Já existia a SILA e a EMASI, ligadas aos outros setores do grupo. Almeida Castro ficou sendo o diretor geral da SIRTA, que abrangia todo o país e lhe dava a unidade comercial necessária, sendo sempre, porém, mais ligado a João Calmon, superintendente do Rio de Janeiro e resto do país. São Paulo tinha a superintendência de Edmundo Monteiro. O trabalho era muito, mas Almeida Castro era feliz assim, supervisionando as 84 empresas de Assis Chateaubriand. Este era, segundo Almeida Castro, um grande brasileiro, que não foi devidamente entendido e reverenciado como merece, pois a ele se deve a integração moderna do Brasil, através desses veículos de comunicação: rádio, televisão, jornal. Mas, o tempo passou, Chateaubriand morreu, o grupo se dividiu. E, se bem que continue forte de Minas Gerais para cima, quase desapareceu no sul do país. Almeida Castro deixou a empresa. Dedicou-se a escrever livros, entre os quais: “25 anos de Televisão Via Satélite”, e “135 anos de história da Bola”, e outros. Sem parar nunca, foi para a AIR, ligando-se a trabalhos internacionais sobre telecomunicação. Recebeu por eles muitos prêmios e homenagens, pois foi realmente um grande lutador, não só pela implantação, como pelo aprimoramento da televisão no mundo e principalmente na América Latina. Fez um grande estudo sócio-econômico sobre a Televisão Ibero Americana. Almeida Castro é presidente de honra da AIR. Recebeu a láurea de cidadão de vários estados do Brasil, Comenda da Ordem do Ministério da Aeronáutica, do Ministério das Relações Exteriores, da Sociedade Proarte, e vários outros. Hoje, Almeida Castro ainda é forte e sadio, é proprietário de uma empresa de turismo, e prepara um livro para o aniversário de 50 anos da implantação da televisão no Brasil, com o beneplácito de Paulo Cabral, atual presidente dos Diários Associados. Nele Almeida Castro fará o enfoque sobre a figura de Assis Chateaubriand, e do primeiro ano da televisão brasileira. Será, por certo, mais um trabalho feito com esmero, denodo e o talento infindo desse baiano, que nasceu para deixar sua marca registrada e seu exemplo para sua geração e às que vierem a seguir. Uma grande personalidade é Almeida Castro.

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