Olhão (Francisco de Melo da Cunha Mendonça e Meneses, 1.º conde de Castro Marim e 1.º marquês de).
(Monteiro mor do reino)
1741-1821
Monteiro-mor do reino, gentil-homem da câmara da rainha D. Maria I, grã-cruz das ordens de Cristo e de Nossa Senhora da Conceição, presidente do senado da câmara de Lisboa, governador e capitão general do Algarve, governador da Torre de Belém, tenente-general, e um dos governadores do reino em 1808. N. a 26 de Abril de 1741, fal. a 7 de Abril de 1821.
Sucedeu na casa dos Cunhas em 1778 a seu pai, e no ofício e casa dos monteiros-mores em 16 de Fevereiro de 1789 a seu primo Francisco de Mello. Por decreto de 14 de Novembro de 1802 foi agraciado com o título de conde de Castro Marim. Achava-se em 1807 encarregado do governo das armas do Algarve, sendo então já tenente-general, quando as tropas francesas comandadas por Junot, entraram em Portugal. Retirando-se para sua casa logo que se estabeleceu entre nós o governo intruso, foi um dos primeiros a acudir em defesa da pátria, quando em Junho de 1808 rebentou no Algarve o grito de revolta, e assumiu desde logo a presidência da junta que se constituiu em Faro. Quando as forças populares se congregaram para expulsar do nosso território os soldados de Napoleão, o conde de Castro Marim, marchando à frente das tropas que então se organizaram no Algarve, passou ao Alentejo, chegou a Beja no dia 19 de Agosto, e seguindo depois para Lisboa, estava em Évora quando se assinou a convenção de Cintra, em 30 do referido mes de Agosto, contra a qual protestou da mesma forma que fez o general das tropas do norte Bernardim Freire de Andrade. Expulsou os soldados de Junot, logo que se tratou de formar a regência, e foi nomeado para um dos lugares de governador do reino, e pouco depois chegava a noticia que o conde de Castro Marim fora agraciado com o titulo de marquês de Olhão, por decreto de 21 de Dezembro de 1808, pelo príncipe regente, que vivia no Rio de Janeiro. De 1808 a 1820 exerceu o marquês de Olhão os cargos da governador do reino e de conselheiro de guerra; depois da revolução do 1820 afastou-se dos negócios públicos, mas pouco tempo sobreviveu, porque faleceu no anuo seguinte. Havia casado em 29 de Novembro de 1783 com D. Joaquina Teles da Silva, filha dos marqueses de Penalva.
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