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Manuel Alegre

(Escritor português)
12-5-1936, Águeda


Freqüentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde desde muito cedo se empenhou em lutas acadêmicas e na resistência ao regime político da época. Mandado para Angola em 1961, incentivou uma revolta militar contra a guerra colonial, acabando por se exilar em Argel no verão de 1964. Durante o exílio, foi dirigente da FPLN e participou ativamente na Rádio Voz da Liberdade, tendo regressado a Portugal depois da revolução de abril de 1974. A partir de então, dedicou-se à atividade política partidária, continuando, porém, a obra literária iniciada com o livro Praça da Canção (1965). Era o nome mais conhecido de uma geração coimbrã (1963-1965) constituída em torno da coleção Cancioneiro Vértice e que publicou volumes coletivos de poesia intitulados Poemas Livres. A sua poesia circunstancial, por vezes criada com o intuito de ser recitada e até musicada, inspira-se na primeira fase na contestação do presente, na luta contra a ditadura, no exílio e na Guerra da África, pelo que alguns poemas se tornaram canções de lamento e revolta de uma geração, como foi o caso de Trova do Vento que Passa ou Canção com Lágrimas e Sol. Na obra poética, incluem-se livros como O Canto e as Armas (1967), Um Barco Para Ítaca (1971), Letras (1974), Coisas Amar (Coisas do Mar) (1976), Nova do Achamento (1979), Atlântico (1981), Babilônia (1983), Chegar Aqui (1984), Aicha Conticha (1984), Véspera de Batalha (1989), Rua de Baixo (1990), Com Que Pena – Vinte Poemas para Camões (1992), Sonetos do Obscuro Quê (1993), Coimbra Numa Visita (1995), Naus de Verde Pinho (1996), Senhora das Tempestades (1998). Publicou também livros em prosa: Jornada da África (1989), O Homem do País Azul (1989), Alma (1995), A Terceira Rosa (1998). Contra a Corrente (1997) reúne os seus principais textos e discursos de intervenção política. Além da atividade literária, destacam-se, no plano político, os cargos exercidos como vice-presidente da Assembléia da República e membro do Conselho de Estado.

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