Damáscio ou Damascius ou Damaskios
(Patrístico sírio )462 - 538
Patrístico sírio do período pós nissênico e filósofo da escola neoplatônica sistemática ateniense nascido em Damasco, Síria, o quinto e considerado o último representante do neoplatonismo e chefe dessa academia, fundada por Plutarco de Atenas (~ 350 - 420) e consolidada por seu discípulo Siriano de Alexandria e da qual Proclo Diadoco (412-485), seu antecessor na Academia, foi seu expoente máximo. Estudou em Atenas e Alexandria, orientou-se pela escola ateniense de Proclo e passou a ser diretor da Academia, em Atenas, sucedendo seu mestre. Ainda estava em seu cargo quando o imperador Flávio Justiniano (483-565) fechou a Academia (529), decretando o fim da gloriosa Escola Neoplatônica, pelo edito imperial que fechou também as demais escolas de Atenas, a título de não serem cristãs, confiscando os bens, dando em conseqüência término oficial à filosofia pagã. Acompanhado de Simplício da Cilicia e outros inconformados, voltou para a Pérsia, de onde retornou pouco tempo depois à Atenas, decepcionado pelo insucesso do grupo. Embora neoplatônico, é conhecido como o principal comentador de Aristóteles (384-322 a. C.), depois de Alexandre afrodísio (170-230). O último diádoco da escola de Atenas escreveu muitos livros e seu principal trabalho conhecido foi Problemas e Soluções sobre o Primeiro Princípio, onde ele tratou da união mística da alma humana com a vida divina, do qual parte se conservou até hoje, juntamente com o final dos comentários sobre o Parmênides (539-469 a. C.), um seu comentário ao Manual de Epicteto e fragmentos de Vida de Isidoro, conservados sobretudo por Fócio. Conservaram-se, também, os comentários aos quatro primeiros livros da Física, Simpliciu in Aristotelis physicorum ligros quatuor priores commentária, ao tratado do Céu, ao da Alma, às Categorias. Sua esplêndida mensagem sobreviveu por intermédio de canais secretos, ressurgindo, em sua nova encarnação, como a fundação da Sociedade Teosófica (1875) e estudos recentes atribuem-lhe o Comentário ao Filebo, antes atribuído a Olimpiodoro e boa parte do Comentário ao Fédon de Platão, também atribuído a Olimpiodoro, hoje também lhe é atribuído. Não é sabido o local preciso, mas provavelmente morreu em Atenas.
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