Cónon de Samos
(Autor, matemático, astrônomo e mitógrafo grego )280 - 220 a. C
Autor, matemático, astrônomo e mitógrafo grego nascido em Samos, que, como Partênio, escreveu um importante tratado sobre a ordenação da mitologia: Narrações. Astrônomo da corte do rei do Egito (246-222 a. C.), Ptolomeu III Evérgeta I, casado com a Rainha Berenice II, quando a nação egípcia vivia uma verdadeira época dourada em termos culturais. É dessa época que o autor é particularmente conhecido por um acontecimento lendário: a mitológica estória da Trança de Berenice. Por ocasião de uma batalha durante a terceira guerra contra os sírios, especialmente para vingar o assassinato de sua irmã, na Síria, o soberano teve de se ausentar do país. Temendo pela vida do rei, a rainha fez um voto, prometendo aos deuses que, se ele regressasse são e salvo, ela sacrificaria as suas belas tranças em oferta ao Templo de Vênus. O soberano escapou incólume à guerra (245 a. C.)e a rainha, leal, cumpriu a sua promessa. No entanto, pouco tempo depois, o cabelo real desapareceu do Templo, o que desencadeou o receio de profecias obscuras e que poderia sacrificar muitos inocentes. Foi então que o ardiloso astrônomo da corte surgiu para salvar a situação. A noite levou o casal real ao exterior do palácio, apontou-lhes no céu estrelado uma estranha constelação de forma singular, próxima da Ursa Maior, entre Virgo, Leo e Bootes, e fez o casal real crer que os deuses, rendidos à beleza das tranças de Berenice, tinham resolvido colocá-las no céu para a eternidade, sendo, pois, aquele grupo de estrelas a cabeleira da rainha, misteriosamente desaparecida do Templo! A constelação foi conhecida como Coma Berenice. Foi professor de matemática e astronomia e amigo de Arquimedes com quem trocou idéias matemáticas. Segundo Pappus, a curva conhecida agora como a espiral de Arquimedes foi descoberta, na realidade, pelo astrônomo real e, assim, é por vezes designada por espiral de Conon. O seu trabalho em seções cônicas teria se tornado básico para o quarto livro de Cônicas de Apolônio de Perga. Infelizmente seus trabalhos principais em matemática, astronomia, e os sete livros sobre astrologia, inclusive suas observações sobre eclipse solares, encontram-se perdidos. Também deixou grande impressão na obra do astrônomo de Ptolomeu e na poética do romano Catulo (84-54 a. C.) e morreu possivelmente em Alexandria, Egito.
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