Cornélio Pires
(Poeta e escritor)
1884 - 1958
Poeta, escritor, contador de casos, conferencista e humorista brasileiro nascido na cidade de Tietê, na chácara de seus tios Eliseu de Campos e Isabel Pires de Campos, nome importante na cultura caipira do interior do Brasil, uma espécie de showman da cultura caipira da primeira metade do século XX, e considerado o pai do folclore paulista, notável observador da linguagem, dos costumes, da paisagem humana e física do mato. Descendente de Bandeirantes, era filho de Raimundo Pires de Campos e de Ana Joaquina de Campos Pinto, e foi educado com um professor dinamarquês, Alexandre Hummel, que vivia baixando em fazendas, lecionando quase que só a troca de cama e mesa e ensinava tudo o que lhe pediam e dominava muito bem o português, dono de uma memória prodigiosa, dominador de vários idiomas. Muito cedo, com 15 anos, deixou a tranqüilidade do lar e partiu para ganhar a vida, primeiro como biscateiro e aprendiz de tipógrafo, depois como jornalista, poeta, contista e folclorista. Já crescido, foi trabalhar (1907) na redação do jornal "O Movimento", semanário político que circulava na cidade de São Manoel, em São Paulo onde iniciou sua carreira. Desprovido de preparação intelectual, pois nunca se dedicara aos estudos embora dispusesse de condições financeiras para tal, mudou-se para a capital, onde no meio jornalístico e buscou aceitação de sua roda social dividindo entre cultivar as suas raízes caipiras ou bancar o intelectual que jamais seria. Publicou seus primeiros escritos (1910), quando se redescobria a vida sertaneja principalmente em decorrência do sucesso de Euclides da Cunha com o livro Os Sertões. Nessa sua primeira coletânea de poesias, a mais conhecida até hoje Musa Caipira, consagrou o soneto Ideal caboclo. Publicou 22 livros e além disso, criou uma companhia de teatro e realizou quatro filmes sobre o dia-a-dia da gente caipira, que tão bem entendia. Através do selo Columbia, representado no Brasil de então por Byington & Company, depois Continental e agora Warner Continental, conseguiu realizar o seu grande sonho (1929), que era gravar em disco as diversas manifestações culturais e artísticas do povo. Foi o primeiro artista a gravar de forma independente no país, já que teve de bancar, ele próprio, a sua famosa série de discos. Faleceu no Hospital das Clínicas de São Paulo, vítima de câncer na laringe e seus restos mortais foram trasladados no mesmo dia para sua cidade natal e sepultados no cemitério local. Solteiro convicto e em plena lucidez, morreu aos 74 anos incompletos e foi enterrado de pijamas e descalço, conforme sua vontade.
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