Teng Xiaoping
(Dirigente chinês)
22-8-1904, Guang'an, Província de Sechuão
19-2-1997, Pequim
Depois de Mao Tsé-tung, Teng Xiaoping é considerado o político mais importante da história da China comunista. Filiou-se ao Partido Comunista Chinês (PCC) em 1924, durante seus anos de estudo em Paris; em 1934-1935, participou na Longa Marcha e, em 1945, foi eleito membro do Comitê Central (CC). Teng foi subindo na hierarquia ao lado de Mao até ser nomeado membro do Comitê Permanente do Politburo do PC em 1956. Durante a Revolução Cultural (a partir de 1966-1967), foi acusado de "tirano capitalista", suspenso de todos os seus cargos governamentais e afastado tanto do partido como da política. Mas, em 1973, Zhou Enlai reabilitou-o e Teng Xiaoping assumiu de novo o seu cargo de vice-primeiro-ministro a partir de 1974. Em 1975, recuperou a sua condição de membro do Comitê Permanente do Politburo e de chefe do Estado-Maior. Em 1976, o Bando dos Quatro, liderado por Jiang Qing (viúva de Mao), voltou a afastá-lo do poder e prendeu-o, embora, depois da morte de Mao, tivesse conseguido impor-se no poder e desde 1978 se afirmasse como líder do partido. No ano de 1980, demitiu-se de seus cargos, apesar de manter o controle do partido e do Exército, sobre o qual deteve o comando supremo desde 1983. Como força impulsionadora do processo de "desmaoização", Teng Xiaoping reabilitou as vítimas da Revolução Cultural; libertou, até certo ponto, o partido da sua carga ideológica; promoveu uma política econômica pragmática (supressão do centralismo, dissolução das economias coletivas, apoio à iniciativa privada) e estimulou a abertura econômica da China ao Ocidente. Mas o êxito da sua política econômica, que a Constituição de 1992 classificava como "economia de mercado socialista", implicou também uma divisão crescente do país, tanto social como regional, que mais tarde provocaria grandes conflitos. Teng Xiaoping recusou-se a efetuar uma liberalização política, que poderia ter posto em risco o monopólio do poder do PCC. Sem levar em conta o isolamento internacional do país, ordenou, em 1989, a repressão violenta do movimento democrático (massacre da praça Tiananmen de Pequim). No que se refere à política externa, consolidou a China como uma força política, no mesmo nível das grandes potências, Estados Unidos e URSS (ou, mais tarde, Rússia). Em 1987, Teng Xiaoping afastou-se da cúpula do partido e, em 1989-1990, também do supremo comando do Exército. Continuou, porém, a exercer a sua influência. Pouco a pouco, foi entregando os seus poderes a seu sucessor político, Zhiang Zemin.
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